O Doador de Memórias
- Por CJ
- 1 de abr. de 2015
- 2 min de leitura

Ao terminar de ler o livro, cheguei a uma simples conclusão: esse livro me deixou mais cheio de dúvidas do que de respostas. E me fez ficar mais pensativo e ter mais vontade de me debruçar em busca dessas respostas e de outras que surgiram no meio do caminho, do que eu realmente imaginaria que ele teria o poder de fazer. Vou me explicar: o livro se desenrola em uma sociedade totalmente controlada e idealizada. Essa sociedade é perfeita: não existe nada de negativo ou errado com ela ou com seus membros, pois todos são saudáveis, bem educados, bem sucedidos em suas unidades familiares e em suas profissões. Nessa sociedade utópica não existe fome, doença, tristeza, agonia, ansiedade, raiva, depressão, cansaço, estresse, acidentes ou morte descontrolada. Todos nascem para cumprir um propósito e são orientados por todas as etapas de suas vidas para cumprir com êxito e perfeição cada nova tarefa para o qual é designado
Ela é, em suma, uma sociedade equilibrada. Motivo pelo qual ela funciona assim e funciona tão bem? As pessoas não tem memória. Não estou falando daquela memória breve, aquela que nos embala no sonho bom todas as noites ou nos aterroriza a noite quando nos deitamos. Não é essa lembrança facilmente acessível e acessada por mais vezes do que nos damos conta durante o desenrolar de nosso dia. Estou falando de memória histórica, memória do povo, conhecimento de causa e consequência. Estou falando de carregar o peso de todo os erros e glória de todos os acertos dos nossos antepassados, de forma que flutuando no espaço possamos notar-nos como seres que estão também inseridos dentro de um tempo presente, presente que virará um futuro. Mais, contudo,porém, entretanto e toda via, toda historia deixa um sabor de quero mais, com esse livro não seria diferente.
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